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Showing posts from October, 2009

Os dias sem carne

O Partido Pelos Animais lançou este repto: Sabe que a indústria da carne é responsável por 37% de todo o metano devido às actividades humanas (que contribui para o aquecimento global 23 vezes mais que o dióxido de carbono), em grande parte produzido pelo sistema digestivo dos ruminantes, bem como por 64% do amoníaco que contribui para as chuvas ácidas? Sabe que a pecuária intensiva é responsável pelo empobrecimento dos solos e põe em risco as reservas naturais de água, uma vez que a produção de um só quilo de carne de vaca necessita de 7 quilos de cereais ou feijões de soja e cerca de 15.000 litros de água ? Está consciente que a criação de gado incide assim directamente sobre o aquecimento climático, a poluição dos solos e dos lençóis freáticos, ao mesmo tempo que representa um terrível desperdício, pois perto de um terço dos cereais produzidos mundialmente destina-se a alimentar animais ? Já pensou que, se os países “desenvolvidos” diminuíssem o consumo de carne, seria possível er

Pesca ilegal

A pesca fora dos limites da União Europeia pode ser ainda pior do que a que é feita nas águas dos países europeus. O peixe que chega vem em grande quantidades, não se sabe em que condições foi capturado e apresenta preços competitivos com os peixes locais. Mais do que tudo isto há o custo ambiental das emissões provenientes do transporte e das medidas para conservar o peixe, o que não é de todo reflectido no custo final. A UE está preocupada com este assunto e a estratégia que vão adoptar é a certificação para promover mais controlo das autoridades e a atenção por parte dos consumidores. Pode ser a via para a solução, mas antes disso é provavelmente necessário que outros assuntos sejam também resolvidos, como por exemplo a corrupção e a troca de interesses obscura entre países. On 22 October 2009, following the favourable opinion expressed in September by the Committee for Fisheries and Aquaculture, the Commission adopted a Regulation establishing the implementing rules for the 2008 Re

Mar Adentro

Nessun dorma - Ninguém durma (Turandot, Giacomo Puccini).

O menino colorido

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O menino colorido pergunta à menina que brilha: - Já viste o fundo do mar? - Acho que sim. É sempre um fundo diferente. A luz brilha, a água passa, a espuma enrola. E quanto mais fundo vais, mais amigos encontras e tem mais espaço e há menos barulho. Quando consegues lá chegar, deixas de ouvir a tua respiração, os teus braços param, o teu corpo fica leve e tu passas a ser uma luz dentro da água. E tu, já viste o cimo da terra? - Acho que sim. Tens de andar muito e é muito longe. Pelo caminho vês árvores muito verdes, flores vermelhas, abelhas amarelas, ouves os sons pássaros e da água a escorrer pelo rio, sentes o sol na cara e passas por montanhas muito altas. Quando estás lá bem alto fechas os olhos, e quando sentires um suspiro que vem de dentro do teu coração, é porque chegaste ao cimo da terra.

Teoria da Diversão

Os estímulos positivos são a melhor forma para alterar os hábitos. Há sempre quem defenda que em determinadas situações não chegam as boas intenções, e são necessárias medidas rígidas. Mas em geral há pequenos pormenores que podem fazer a diferença nos hábitos mais insignificantes que possamos imaginar. Apesar de serem pequenos quando analisados à escala global, o seu efeito pode ser grande ao nível individual e no quotidiano das pessoas. Com criatividade tudo é possível! A S. enviou-me este exemplo: sobem-se as escadas em vez das escadas rolantes, faz-se exercício, poupa-se na electricidade, toca-se música, sobem-se os degraus aos saltos, vê-se o efeito da velocidade e sai-se do metro para mais um dia de trabalho... We believe that the easiest way to change people's behaviour for the better is by making it fun to do. We call it The fun theory .

Somos os "chineses" da Europa

Uma entrevista da TSF muito interessante sobre OGM aqui . Portugal é o país da Europa que mais come arroz, per capita. Este cereal representa um pilar central na nossa alimentação e cultura gastronómica. E até agora não havia arroz geneticamente modificado em circulação na União Europeia. Mas a paz acabou. Neste momento a Bayer, uma multinacional alemã, pretende importar para toda a União Europeia uma variedade de arroz geneticamente modificado, para consumo humano. Este arroz geneticamente modificado foi manipulado para aguentar elevadas doses de um herbicida que mataria as variedades convencionais. Para evitar que o arroz geneticamente modificado chegue ao prato dos portugueses (e dos europeus), a Transgénicos Fora, Plataforma Portuguesa para uma Agricultura Sustentável, vai lançar uma campanha que visa pressionar o novo ministro da Agricultura a votar contra, em Bruxelas, ao pedido da Bayer. Esta campanha segue-se à que a Greenpeace também lançou, com os mesmos objectivos. Margarid

O Bacalhau está a recuperar...

The European Commission tabled yesterday its proposal on fishing possibilities for fish stocks in the Baltic Sea for 2010. Scientific advice has shown that cod stocks are recovering, but that the Western herring stock still gives rise to serious concern. Based on the advice and in line with the communication on fishing opportunities for 2010 and the multi-annual plan for cod in the Baltic Sea, the Commission proposes increases of fishing opportunities for Baltic cod of 15 % ( Eastern stock ) and 9 % ( Western stock ). For the Western herring stock, the Commission is proposing a 21 % reduction in fishing opportunities. The present proposal for fishing possibilities shall be discussed at the October Fisheries Council. Cod stocks The Commission is proposing an increase of 15 % in the EU Total Allowable Catch (TAC) for eastern Baltic cod, from 44 580 tonnes to 51 267 tonnes, and an increase of 9 % in the TAC on western Baltic cod, from 16 337 tonnes to 17 700 tonnes. The Eastern cod stock

Tudo o que vem à rede é peixe!

Tudo o que vem é rede é peixe e é apanhado independentemente da espécie, tamanho e quantidade. E é enorme a quantidade de peixe que não pertence à espécie alvo da pescaria que é capturada. Podem não ser só peixes, por vezes vêm espécies delicadas como corais, esponjas, algas, crustáceos, tudo o que existe debaixo de água de um tamanho suficiente para ficar retido na malha da rede. Chama-se a esta componente das capturas, o bycatch. A sua importância é muito relativa consoante o tipo de pesca, de embarcação, a zona de pesca e por vezes as próprias intenções dos pescadores. O que isto quer dizer, é que por exemplo um arrasto de fundo, que passa e arrasta tudo à frente, tem muito mais bycatch do que uma arte de pesca selectiva, como a pesca de linha com anzol. Então o que se faz com este peixe? Assim que é apanhado grande parte dele morre e portanto mais vale levá-lo para terra e consumi-lo. O problema põe-se quando é deitado borda fora ainda no mar. Isto acontece por várias razões, mas u

As nossas escolhas alimentares

A I. enviou-me este link com artigo muito interessante sobre as nossas escolhas alimentares. O artigo é da autoria de Beja Santos e lança a discussão sobre a produção dos alimentos. Este é um tema cada vez mais importante, assim como os electrodomésticos, os carros, e certas actividades começam a ter uma classificação ecológica, do ponto de vista das emissões e poluição que causam, também os alimentos deveriam ter. Comer um peixe que veio do outro lado do mundo, como por exemplo os japoneses comem o atum fresco transportado de avião do Mediterrâneo, implica um transporte e uma quantidade de energia utilizada apenas para seu processamento. Todos estes custos deviam estar implícitos no produto, porque são custos que a longo prazo vão cair no ambiente e indirectamente na vida das pessoas. O consumo responsável interpela a proveniência de todos os bens de consumo e serviços, e os bens alimentares não são excepção. Nas últimas décadas, os hábitos alimentares do consumidor europeu conhecera

O Ambiente na Encruzilhada. Por um futuro sustentável

Conferência Gulbenkian 2009 27 e 28/10/2009 | 09h00 às 18h00 | Aud. 2 | Entrada Livre Qual é a efectiva gravidade do estado do ambiente planetário? Temos de tomar em consideração novos dados científicos relativos não só às alterações climáticas como também à aceleração do ritmo de perda da biodiversidade, bem como ter em vista as consequências dramáticas no médio e longo prazos decorrentes do eventual colapso de vastos ecossistemas, em virtude da possível ultrapassagem dos chamados “pontos de viragem” (tipping points). Como deverá ser reconfigurado o sistema económico tendo em vista transformar um provável longo período de recessão numa oportunidade para reformar os fundamentos mais profundos da organização social, fazendo da produção, do consumo e dos valores éticos alavancas que nos permitam erguer-nos até um estilo de vida mais compatível com o ambiente? Como poderão ser elaboradas novas políticas que possam estimular a criatividade e o engenho públicos? Que instituições serão indis