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Showing posts from June, 2009

Os subsídios da UE

Uma das razões para o estado dos stocks de peixe estarem com problemas são os subsídios da UE. Foram planeados de uma forma que têm o efeito de destruir ainda mais os recursos e de aumentar o esforço de captura dos barcos. A ideia é modernizar a frota, o que significa: barcos maiores, mais potentes, com melhor equipamento. A consequência é que estes barcos vão apanhar muito mais peixe. Conseguem chegar a zonas que antes não eram afectadas pela pesca e muitas vezes preocupantes porque são zonas de profundidade onde todo o ecossistema é muito mais delicado e os animais têm um crescimento mais lento. As redes são maiores, a velocidade que os barcos atingem também e com isso a área coberta por cada barco é superior. Além disto trazem as desvantagens do ponto de vista social. São menos os pescadores que beneficiam da actividade da pesca e grande parte do lucro fica concentrado numa só grande empresa ou no armador. Depois há a questão de como é que é feita a distribuição do dinheiro, para qu

A sustentabilidade dos consumidores

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Há pessoas que desacreditam no modelo da produção suportada pelos consumidores. Argumentam que a mudança dos hábitos só acontece por imposição. Que têm de existir regras e obrigatoriedades, e só assim é que as pessoas alteram a sua forma de viver. Há o exemplo clássico do tabaco: faz mal, todos sabemos, os que fumam são os primeiros a admiti-lo, e até há pouco tempo todos fumavam porque era possível fazê-lo em qualquer lugar. Apareceu uma lei e a situação alterou-se. O que parecia quase impossível, agora é uma realidade: ninguém fuma em locais fechados, a menos que tenham autorização para isso. Resultou e os hábitos alteraram-se! Será que os consumidores conseguem por si próprios reagir voluntariamente a uma situação que não lhes afecta no imediato? Ou são uma enorme massa inconsciente das implicações que os seus hábitos têm em tudo o que os rodeia? Eu acredito que uma das vias para a sustentabilidade são os consumidores. Não estarão todos no mesmo nível de percepção, sensibilidade e p

O objecto de estudo

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Quando explico o meu gosto sobre a biologia marinha a outras pessoas surge a curiosidade de perceberem o porquê . Tento explicar que gosto mesmo dos peixes e de todos os outros organismos marinhos. E gosto de os ver na bancada do peixe quando vou ao mercado, de olhar para eles, para as cores que têm, para a forma dos olhos...adoro ver os dentes dos peixes, sentir que alguns têm dentes diferentes como molares e caninos derivado do tipo de alimentação. Gosto de sentir o cheiro. Gosto muito de os trazer para casa e arranjá-los. Mexer com as mãos e ver o que têm no estômago, como são as brânquias, e se conseguir encontrar um otólito então, é uma verdadeira análise de laboratório...gosto muito de ver as escamas, têm formatos diferentes e por exemplo, no caso das sardinhas, desfazem-se como uma casca de árvore. Gosto também de os analisar no prato, de dissecar os lombos e chegar à espinha para ver a estrutura que está no interior. De ver as diferentes cores, que mostram os diferentes músculo

Daniel Pauly-Toward a Conservation Ethic for the Sea

Este interesse pela sustentabilidade começou devido às aulas da professora M.C. Mostrou nos, entre outras coisas muito interessantes, a sustentabilidade dos recursos marinhos e a forma como cada consumidor está directamente relacionado com as consequências da exploração dos ecossistemas. Muitas das vezes ela falava no Daniel Pauly. O Pauly é um investigador do Canadá que estuda o declínio dos stocks de pesca. Foi dos primeiros a lançar o conceito de "fishing down the food webs": a pesca está a afectar cada vez os níveis tróficos mais baixos, porque os peixes dos níveis tróficos superiores como o atum já estão bastante alterados e as consequências têm implicações cada vez mais graves ao nível da cadeia trófica. E a desacreditar completamente em todos os tipos de gestão de stocks que se tentam implementar, porque nenhum deles tem tido resultados positivos. Tal como ele diz nesta palestra, o bacalhau era dos recursos mais bem estudados do mundo e mesmo assim foi um dos primeiros

Mankind is no island - Filme que ganhou o TropFest

Enviaram-me este filme e não resisto a mostrá-lo porque foi feito com poucos recursos, porque está original e ao alcance de qualquer pessoa e sobretudo porque a mensagem é linda e emocionante! Já o vi várias vezes e nunca me canso de repetir. O Tropfest é o maior festival de curtas metragens do mundo. Começou há 17 anos em Sydney, na Austrália. teve a sua 1ª edição no ano passado em Nova York. O vencedor de 2008 foi este filme filmado com um telemóvel em Sidney e NY por Jason van Genderen. Nada de especial, mas quando pensamos que o seu orçamento foi de 40 dólares (+/- 30 euros)!

Projecto HOME

As imagens da nossa "casa" são lindas. Será isto uma oração ao nosso planeta? Por vezes fico indecisa se isto não é um exagero e se a minha sensibilidade para o assunto não está intimamente ligada à minha formação e às preocupações pessoais. Mas as imagens do filme são reais, não estão ao nosso alcance todos os dias. Estão longe da nossa percepção, da realidade do quotidiano, das cidades...da nossa casa de tijolos e cimento. O filme mostra a nossa casa, a única que temos. We are living in exceptional times. Scientists tell us that we have 10 years to change the way we live, avert the depletion of natural resources and the catastrophic evolution of the Earth's climate. The stakes are high for us and our children. Everyone should take part in the effort, and HOME has been conceived to take a message of mobilization out to every human being. For this purpose, HOME needs to be free. A patron, the PPR Group, made this possible. EuropaCorp, the distributor, also pledged not to