As nossas escolhas alimentares

A I. enviou-me este link com artigo muito interessante sobre as nossas escolhas alimentares. O artigo é da autoria de Beja Santos e lança a discussão sobre a produção dos alimentos. Este é um tema cada vez mais importante, assim como os electrodomésticos, os carros, e certas actividades começam a ter uma classificação ecológica, do ponto de vista das emissões e poluição que causam, também os alimentos deveriam ter.
Comer um peixe que veio do outro lado do mundo, como por exemplo os japoneses comem o atum fresco transportado de avião do Mediterrâneo, implica um transporte e uma quantidade de energia utilizada apenas para seu processamento. Todos estes custos deviam estar implícitos no produto, porque são custos que a longo prazo vão cair no ambiente e indirectamente na vida das pessoas.

O consumo responsável interpela a proveniência de todos os bens de consumo e serviços, e os bens alimentares não são excepção. Nas últimas décadas, os hábitos alimentares do consumidor europeu conheceram mudanças consideráveis. Não só as quantidades que comemos aumentaram, como houve alterações drásticas na composição do regime alimentar e, igualmente, registaram-se mudanças nos modos de distribuição e produção. Com o enfraquecimento da produção nacional, assistimos a importações de hortofrutícolas, pescado, lacticínios e até carne. Em qualquer mercado da província encontramos as palavras Espanha, Itália, Tunísia mas também Argentina e Austrália nos hortofrutícolas postos à venda. A distribuição aposta também na hiperescolha: temos cada vez mais produtos diferentes, oriundos de qualquer ponto do planeta e sem nenhum respeito pela sazonalidade.