To be or not to be eco

Um interessante artigo publicado sobre a eco-certificacão faz a comparação entre o consumo destes produtos nos diferentes países Europeus:


Näo foi surpreendente ver que a Suécia é o país com o maior consumo de produtos ambientalmente certificados (43%). Ao contrário de Portugal, que é o último!
Apenas 7% dos entrevistados a confirmarem a sua preferência por este tipo de produtos.

Na Suécia, além de haver uma forte responsabilidade social, há também uma estrutura de eco-certificação bem montada.
O KRAV é um organismo que certifica ambientalmente os alimentos e em qualquer supermercado é possível adquirir este género de produtos.
Existe KRAV em todos os tipos de alimentos. Existe também KRAV para o peixe.
O mais interessante é que muitas vezes a diferença do preço é baixa, o que facilita a opção de escolha. Um exemplo que funciona bastante bem é o do leite: a marca mais comum de leite tem sempre disponível o mesmo produto com ou sem certificação, e a diferença no preço é pouco significativa (cerca de 0,2 €). Por isso as vendas de leite eco-certificado aumentam e com isso há também uma redução de custos associados à produção e ao escoamento do produto.

Como o artigo refere, um dos aspectos mais importantes na eco-certificação é a disponibilidade no mercado desses produtos e o fácil acesso dos consumidores. Sem isso, é quase impossível convencer alguém ter uma maior consciência ambiental nos alimentos que consome.
Muitas vezes as pessoas dizem que até estão interessadas no assunto, mas devido aos hábitos e às rotinas, não conseguem adquirir este género de produtos, não sabem onde os comprar, e desconhecem ou têm falta de informação sobre como o fazer.
E nisto o governo pode intervir promovendo a produção com subsídios ou baixando as taxas de impostos, criando uma diferenciação positiva no preço em relação aos produtos normais.

Yet, neither the involvement of the state nor the multitude of the ecolabels had a strong effect on the purchases of ecolabelled products. Instead, market supply and demand seem to be the most important drivers of the consumption of ecolabelled products.
However, without the legal framework provided by the state, such new environmental policy instruments would not be possible. The state is also essential in promoting the production of ecolabelled products through subsidies, which might be more important for encouraging sustainable consumption than state labelling and certification initiatives. On the other hand, retailers play an active role in providing opportunities and develop new markets where state or private actors have not managed to establish common labels.

Outro aspecto muito importante é que a eco-certificação não é tudo!
Muitas vezes cai-se no erro do tudo ou nada: a certificação é apenas uma forma simples, básica e rápida de qualquer pessoa ter uma garantia ambiental.
De qualquer forma há muito outros factores que interferem com a sustentabilidade que não precisam de ter certificado.

Lastly, buying ecolabelled products is only one aspect of sustainable consumption. The low number of people that reported purchases of labelled products in the Southern European countries does not necessarily mean that these countries consume less sustainably. People in these countries might rely on other ways of sustainable consumption, such as purchasing local products or shopping close by at market stalls. Thus, buying labelled goods may well be a functional equivalent to other forms of sustainable consumption that has spurred and institutionalised by differing market and retailing conditions.

No consumo de peixe em Portugal é possível distinguir determinados factores muito interessantes, como por exemplo, o elevado consumo de peixe fresco e local (baixo custo de emissões no transporte e pouca energia para a manutenção da frescura); normalmente existe maior quantidade de peixe na época em que é mais abundante e a um custo inferior (exemplo da sardinha e do carapau); e a compra e a confecção do peixe é feita com o peixe inteiro, ao contrário de muitos países no Norte da Europa, que apenas transaccionam filetes (aproveitamento de todas as partes do alimento com menor desperdício de proteína animal) .