Comida do Mar
A ideia não é uma solução mas pode ajudar, escolher sardinhas e outros peixes pequenos para a refeição, em vez do atum ou do bacalhau, é uma forma de evitar o desgaste total dos ecossistemas dos oceanos.
Nos últimos cem anos a pesca diminuiu em dois terços a quantidades de peixes grandes como a garupa, que estão normalmente nos topos das cadeias e alimentam-se dos mais pequenos. Por isso, peixes como a sardinha, o badejo ou as anchovetas, ao ficarem sem predadores, têm vindo a aumentar de número.
“Ao retirarmos espécies grandes e predadoras dos oceanos, deixamos os pequenos peixes prosperarem”, explicou Villy Christensen, professor do Centro de Pescas da British Colombia University, durante a conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, que decorre em Washington, nos Estados Unidos. O investigador apresentou os resultados dos seus estudos.
Publico | 19.02.2011
O projecto Nereus tenta perceber qual será o futuro da "comida do mar" - seafood.
Desde que comecei a estudar este assunto que as minhas perguntas vão crescendo. A falta de respostas também. E a procura do caminho para lá chegar parece que é cada vez mais longo.
Mas a questão mais básica e principal que me costumam fazer é: então o que é isso de um consumo sustentável de peixe?
Fazem-me esta pergunta e eu fico a pensar nos 4 anos de doutoramento que são necessários para a responder, na complexidade do problema, no facto de englobar uma série de áreas do conhecimento...e depois chego à conclusão:
não há uma única resposta,
não é simples e objectiva,
não é possível esperar 4 anos e ler uma tese.
Portanto, a melhor resposta que tenho até ao momento é que pode ser relativamente fácil de dizer que um produto do mar é mais ou menos sustentável do que outro. Há a certificação e alguns estudos conseguem quantificar a pegada ecológica e comparar produtos. Mas a resposta não está só na avaliação dos produtos, está também na sua valorização.
É importante saber o valor de cada produto. E esse valor só pode ser conferido através do conhecimento que as pessoas têm do peixe. Comparar um peixe de aquacultura com um peixe selvagem não é a mesma coisa, independentemente da sustentabilidade de cada método. Cada espécie de peixe ocupa um lugar no mar e na cadeia trófica marinha. E esse valor biológico confere mais ou menos valor ao produto e por fim ao animal que temos no prato. O problema é que quanto mais distantes as pessoas estão da fonte de produção dos alimentos, menor o valor que são capazes de conferir a esses produtos.
Uf, assim até parece simples: uma pergunta, uma resposta, uma tese, uma cabeça...mas qual será a minha resposta daqui a 4 anos?
Nos últimos cem anos a pesca diminuiu em dois terços a quantidades de peixes grandes como a garupa, que estão normalmente nos topos das cadeias e alimentam-se dos mais pequenos. Por isso, peixes como a sardinha, o badejo ou as anchovetas, ao ficarem sem predadores, têm vindo a aumentar de número.
“Ao retirarmos espécies grandes e predadoras dos oceanos, deixamos os pequenos peixes prosperarem”, explicou Villy Christensen, professor do Centro de Pescas da British Colombia University, durante a conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, que decorre em Washington, nos Estados Unidos. O investigador apresentou os resultados dos seus estudos.
Publico | 19.02.2011
O projecto Nereus tenta perceber qual será o futuro da "comida do mar" - seafood.
Desde que comecei a estudar este assunto que as minhas perguntas vão crescendo. A falta de respostas também. E a procura do caminho para lá chegar parece que é cada vez mais longo.
Mas a questão mais básica e principal que me costumam fazer é: então o que é isso de um consumo sustentável de peixe?
Fazem-me esta pergunta e eu fico a pensar nos 4 anos de doutoramento que são necessários para a responder, na complexidade do problema, no facto de englobar uma série de áreas do conhecimento...e depois chego à conclusão:
não há uma única resposta,
não é simples e objectiva,
não é possível esperar 4 anos e ler uma tese.
Portanto, a melhor resposta que tenho até ao momento é que pode ser relativamente fácil de dizer que um produto do mar é mais ou menos sustentável do que outro. Há a certificação e alguns estudos conseguem quantificar a pegada ecológica e comparar produtos. Mas a resposta não está só na avaliação dos produtos, está também na sua valorização.
É importante saber o valor de cada produto. E esse valor só pode ser conferido através do conhecimento que as pessoas têm do peixe. Comparar um peixe de aquacultura com um peixe selvagem não é a mesma coisa, independentemente da sustentabilidade de cada método. Cada espécie de peixe ocupa um lugar no mar e na cadeia trófica marinha. E esse valor biológico confere mais ou menos valor ao produto e por fim ao animal que temos no prato. O problema é que quanto mais distantes as pessoas estão da fonte de produção dos alimentos, menor o valor que são capazes de conferir a esses produtos.
Uf, assim até parece simples: uma pergunta, uma resposta, uma tese, uma cabeça...mas qual será a minha resposta daqui a 4 anos?